Desencontros na Melancolia

 


Num tempo longínquo e esquecido, 

Suspiros tristes no peito eu guardo, 

Pois meu coração está perdido, 

Gostar de alguém que não posso amar, eu sinto.

 

Ergo a voz em versos antigos, 

Recitando a dor que me consome, 

Pois anseio por teus abrigos, 

Mas sei que jamais serei teu nome.

 

Ó cruel destino, impiedoso fado, 

Que coloca em meu caminho tal encanto, 

Mas que também me mantém afastado, 

Por um muro alto, intransponível, tanto.

 

Tu és como a lua, brilhante e serena, 

Que ilumina meu peito, mas não meu leito, 

És como a estrela que no céu pequena, 

Jamais tocarei com meu olhar desfeito.

 

Tão próximo, porém tão distante, 

Nas margens do desejo me encontro, 

Com o amargo sabor do amante, 

Que sabe que jamais terá o encontro.

 

E assim, suspiros antigos ecoam, 

Nas sombras do meu ser aflito, 

Porque gostar de ti é o que eu faço, 

Mesmo sabendo que nunca serás meu fito.

 

Ó tempos passados, ó lamentos calados, 

Por um amor impossível, uma paixão desfeita, 

Neste triste coração enclausurado, 

Guardarei a tristeza que em minha alma se deita.

 

Por isso, teço versos em melancolia, 

Numa dança sombria entre o querer e o não ter, 

Emaranhado em memórias e nostalgia, 

Amando em silêncio, sem poder te ter.

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